Page 56 - Revista Ato - O Nó e a Clínica - Ano 3 / nº2
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Sobre a consistência.A função mais-um no cartel
essa função mais-um aponta para o lugar da ex-sistência,
lugar da exceção que possibilita ao falasser fazer uma nova
invenção.
Segundo Duret (1994, p. 172), “o cartel em
sua estrutura antecipa o final de análise” em que duas
experiências podem acontecer para o sujeito, sendo
diferentes para o analista e para o analisando. Lacan situa
uma experiência de désêtre para o analista e a destituição
subjetiva para o analisando. “Algo do final de análise pode
ser desenhado em termos do désêtre (des-ser)” na estrutura
apresentada pelo cartel, “pois não se pode cair no engodo de
uma equivalência ou identificação da função do mais-um,
com a do sujeito suposto saber”.
O cartel aqui descrito se encontra com mais de
um ano de trabalho. A função mais-um deverá continuar
circulando entre os participantes proporcionando a cada
um sua produção, pois o cartel, desde o momento em que
foi instituído, implica uma função de limite que é, desde já,
dada, “permitindo romper também com a função do grupo de
se perenizar, estabelecendo em seu funcionamento mesmo a
antecipação de sua dissolução, de sua redução ao nada que
ele é feito para velar” (LÉRÉS, 1994, p. 150).
Sommaire: L’auteur discourt sur la structure du
cartel à mesure qu’elle y repère les modifications
élaborées par Lacan au cours de son travail. Elle met
en évidence les distinctions soulignées par Lacan
dans la structure d’un groupe et dans la du cartel.
56 Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 47-58, 2016
essa função mais-um aponta para o lugar da ex-sistência,
lugar da exceção que possibilita ao falasser fazer uma nova
invenção.
Segundo Duret (1994, p. 172), “o cartel em
sua estrutura antecipa o final de análise” em que duas
experiências podem acontecer para o sujeito, sendo
diferentes para o analista e para o analisando. Lacan situa
uma experiência de désêtre para o analista e a destituição
subjetiva para o analisando. “Algo do final de análise pode
ser desenhado em termos do désêtre (des-ser)” na estrutura
apresentada pelo cartel, “pois não se pode cair no engodo de
uma equivalência ou identificação da função do mais-um,
com a do sujeito suposto saber”.
O cartel aqui descrito se encontra com mais de
um ano de trabalho. A função mais-um deverá continuar
circulando entre os participantes proporcionando a cada
um sua produção, pois o cartel, desde o momento em que
foi instituído, implica uma função de limite que é, desde já,
dada, “permitindo romper também com a função do grupo de
se perenizar, estabelecendo em seu funcionamento mesmo a
antecipação de sua dissolução, de sua redução ao nada que
ele é feito para velar” (LÉRÉS, 1994, p. 150).
Sommaire: L’auteur discourt sur la structure du
cartel à mesure qu’elle y repère les modifications
élaborées par Lacan au cours de son travail. Elle met
en évidence les distinctions soulignées par Lacan
dans la structure d’un groupe et dans la du cartel.
56 Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 47-58, 2016