Page 54 - Revista Ato - O Nó e a Clínica - Ano 3 / nº2
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Sobre a consistência.A função mais-um no cartel
Foi então, que esse mais-um eleito pelo grupo
caiu nas amarras das imagens oníricas que o remeteram ao
significante toquarto. Essas imagens eram impressas no
corpo em negrito e trazia todas as letras causando angústia
e confusão. Que lugar melhor para desvendar essa incógnita
senão a análise? Era ali, tentando interpretar os caminhos
mostrados pelos sonhos que sempre ocorriam, atenta aos
transbordamentos do inconsciente e às pontuações do
analista, que corpo e mente encontravam significado para
a torrente que dali era cuspida por um vulcão em erupção.
Uma grade, tecida com os significantes que
esse sujeito dispunha, era um símbolo que o atormentava,
gerando impedimento e horror. Depois do primeiro
sonho já explicitado, as imagens oníricas não cessavam,
parecia mostrar a esse sujeito o esburacado da grade
que o convidava à libertação. Mas a trouxa em que ele se
identificara era muito pesada, impedindo sua saída mesmo
quando um outro abrira a grade apontando sua libertação.
Do lado de fora havia muitos degraus, uma subida muito
íngreme que o impelia ao desvanecimento. Como podia
esse sujeito almejar tamanha altura, se aos seus quatro
anos passara por uma experiência em que outras crianças
se encontravam no topo da escada por ter asas, enquanto
ela, que não as tinha, ficava ao pé da escada.
Porém, outras cenas vieram. O sujeito agora
se encontrava no alto de uma montanha, onde um vulcão
adormecido oferecia suas lavas já endurecidas como
escapatória. Do cume, essa criança descia, fazendo de
54 Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 47-58, 2016
Foi então, que esse mais-um eleito pelo grupo
caiu nas amarras das imagens oníricas que o remeteram ao
significante toquarto. Essas imagens eram impressas no
corpo em negrito e trazia todas as letras causando angústia
e confusão. Que lugar melhor para desvendar essa incógnita
senão a análise? Era ali, tentando interpretar os caminhos
mostrados pelos sonhos que sempre ocorriam, atenta aos
transbordamentos do inconsciente e às pontuações do
analista, que corpo e mente encontravam significado para
a torrente que dali era cuspida por um vulcão em erupção.
Uma grade, tecida com os significantes que
esse sujeito dispunha, era um símbolo que o atormentava,
gerando impedimento e horror. Depois do primeiro
sonho já explicitado, as imagens oníricas não cessavam,
parecia mostrar a esse sujeito o esburacado da grade
que o convidava à libertação. Mas a trouxa em que ele se
identificara era muito pesada, impedindo sua saída mesmo
quando um outro abrira a grade apontando sua libertação.
Do lado de fora havia muitos degraus, uma subida muito
íngreme que o impelia ao desvanecimento. Como podia
esse sujeito almejar tamanha altura, se aos seus quatro
anos passara por uma experiência em que outras crianças
se encontravam no topo da escada por ter asas, enquanto
ela, que não as tinha, ficava ao pé da escada.
Porém, outras cenas vieram. O sujeito agora
se encontrava no alto de uma montanha, onde um vulcão
adormecido oferecia suas lavas já endurecidas como
escapatória. Do cume, essa criança descia, fazendo de
54 Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 47-58, 2016