Page 49 - Revista Ato - O Nó e a Clínica - Ano 3 / nº2
P. 49
Marisa G. Cunha Martins
ainda não existia uma representação verdadeira do cartel Sobre a consistência.
e da lógica do mais-um. Dessa forma, Lacan esclarece que
a origem etimológica da palavra cartel provém da palavra 49
cardo, que significa, em latim, gonzo, dobradiça, e também
tem relação com o número quatro. Sua estrutura é a do nó
borromeano, que é matematicamente designado por x, o
número de anéis, e +1, a qualidade borromeana. É sabido
que o nó borromeano é constituído por um entrelaçamento
de três anéis, e basta que corte um para que os outros se
soltem. Assim como o nó, Lacan pensa o cartel, ou seja,
três elementos mais-um. O mais-um aqui, representa a
qualidade borromeana que sustenta a amarração do nó,
fazendo com que permaneçam juntos os elementos do
cartel.
Em R.S.I, na aula do dia 15 de abril de 1975,
Lacan faz referência ao cartel: “Mas foi bem por isso que
me vi, no fim dessas jornadas, tendo que responder a algo a
que ninguém, é claro, prestara atenção na Escola, ou seja,
no que constitui o que a gente chama de cartel”. E ele segue
explicando o porquê da configuração que fez do cartel, ou
melhor, porque colocou que precisamente “um cartel parte
de três mais uma pessoa, coisa que, em princípio, faz quatro,
e que dei como máximo cinco, graças ao que, faz seis. Quer
isso dizer que eu penso que, como o nó borromeano, há três
que devem encarnar o Simbólico, o Imaginário e o Real?”
Lacan deixa claro que para que um nó se constitua, o
ponto de partida se encontra “na não-relação sexual como
buraco”. Por isso, um cartel não se forma com apenas duas
Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 47-58, 2016
ainda não existia uma representação verdadeira do cartel Sobre a consistência.
e da lógica do mais-um. Dessa forma, Lacan esclarece que
a origem etimológica da palavra cartel provém da palavra 49
cardo, que significa, em latim, gonzo, dobradiça, e também
tem relação com o número quatro. Sua estrutura é a do nó
borromeano, que é matematicamente designado por x, o
número de anéis, e +1, a qualidade borromeana. É sabido
que o nó borromeano é constituído por um entrelaçamento
de três anéis, e basta que corte um para que os outros se
soltem. Assim como o nó, Lacan pensa o cartel, ou seja,
três elementos mais-um. O mais-um aqui, representa a
qualidade borromeana que sustenta a amarração do nó,
fazendo com que permaneçam juntos os elementos do
cartel.
Em R.S.I, na aula do dia 15 de abril de 1975,
Lacan faz referência ao cartel: “Mas foi bem por isso que
me vi, no fim dessas jornadas, tendo que responder a algo a
que ninguém, é claro, prestara atenção na Escola, ou seja,
no que constitui o que a gente chama de cartel”. E ele segue
explicando o porquê da configuração que fez do cartel, ou
melhor, porque colocou que precisamente “um cartel parte
de três mais uma pessoa, coisa que, em princípio, faz quatro,
e que dei como máximo cinco, graças ao que, faz seis. Quer
isso dizer que eu penso que, como o nó borromeano, há três
que devem encarnar o Simbólico, o Imaginário e o Real?”
Lacan deixa claro que para que um nó se constitua, o
ponto de partida se encontra “na não-relação sexual como
buraco”. Por isso, um cartel não se forma com apenas duas
Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 47-58, 2016