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Ana Maria Fabrino Favato Pai como função real
dizer de nomeação. A nomeação é função de dizer, e dizer
é “acontecimento”, implica a contingência do que “cessa
de não se dizer” e pode ser escrito.
Segundo Lacan (1974-1975), a partir do quarto elemento
do nó é possível a escritura do nó borromeano, é possível a
disjunção do simbólico, do imaginário e do real. Para fazer
nó é preciso essa consistência que está referida à função do
pai, uma “ação suplementar” de um toro a mais, que basta
que seja figurado para que aí faça quatro.
Convém aqui perguntar sobre o desejo do analista a fim
de que ele possa levar o trabalho da análise além do limite
da angústia com essa “ação suplementar”. Certamente
o analista entra suficientemente nesse a irredutível para
oferecer à questão da angústia uma garantia Real. O que há
de ser do desejo do analista para que ele opere de maneira
correta?
No centro do desejo do analista, está o “luto do analista”,
pois afirma Lacan que: “no nível do pequeno a, a questão
é inteiramente diferente daquela do acesso a algum ideal”
(LACAN, 1960-1961, p. 381). Portanto, a função do analista
comporta certo luto. Nisto, o analista é levado a duvidar
sobre o valor de qualquer objeto que entra no campo do
desejo. Ou seja, não há objeto que tenha um preço maior
que outro. Ao analista cabe também nunca poder capturar
o sujeito em análise, em seu sintoma.
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 69-77, 2017 75
dizer de nomeação. A nomeação é função de dizer, e dizer
é “acontecimento”, implica a contingência do que “cessa
de não se dizer” e pode ser escrito.
Segundo Lacan (1974-1975), a partir do quarto elemento
do nó é possível a escritura do nó borromeano, é possível a
disjunção do simbólico, do imaginário e do real. Para fazer
nó é preciso essa consistência que está referida à função do
pai, uma “ação suplementar” de um toro a mais, que basta
que seja figurado para que aí faça quatro.
Convém aqui perguntar sobre o desejo do analista a fim
de que ele possa levar o trabalho da análise além do limite
da angústia com essa “ação suplementar”. Certamente
o analista entra suficientemente nesse a irredutível para
oferecer à questão da angústia uma garantia Real. O que há
de ser do desejo do analista para que ele opere de maneira
correta?
No centro do desejo do analista, está o “luto do analista”,
pois afirma Lacan que: “no nível do pequeno a, a questão
é inteiramente diferente daquela do acesso a algum ideal”
(LACAN, 1960-1961, p. 381). Portanto, a função do analista
comporta certo luto. Nisto, o analista é levado a duvidar
sobre o valor de qualquer objeto que entra no campo do
desejo. Ou seja, não há objeto que tenha um preço maior
que outro. Ao analista cabe também nunca poder capturar
o sujeito em análise, em seu sintoma.
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 69-77, 2017 75