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O gozo e a função do analista Revista da ATO – escola de psicanálise | Belo Horizonte | Topologia e desejo do analista | Ano 3, n. 3 | 2017

Rosana Scarponi Pinto1

Resumo: O texto trata do conceito lalangue como
um traço primário do outro no corpo, perda de
um gozo total, para um gozo parcial, mediado pela
simbolização. Faz elaborações sobre o percurso de
análise como um processo de depuração do gozo
fálico e a função do analista de extrair lalangue
da fala do analisante, estabelecendo o real como o
sentido do sintoma.

Palavras-chave: Lalangue. Real. Gozo. Função
do analista.

Muitas questões surgiram em torno da articulação topolo-
gia e do desejo do analista, mas algumas persistiram como
causa de elaboração.

Em “O Seminário 20: mais, ainda”, Lacan (1985) dá mui-
ta ênfase ao corpo e diz que um corpo é o que se goza. É
preciso supor a entidade do corpo para que o gozo tenha
um suporte. A princípio tudo é gozo e é lalangue, corpo do
simbólico, que vai inaugurar o corpo como erógeno.

Então, se não existe sujeito sem gozo, como pensar o ana-
lista na sua função? Até que ponto pode-se ir além do gozo

1 Psicanalista. Membro da ATO – escola de psicanálise.

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