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Pai como função real

Ana Maria Fabrino Favato1 Revista da ATO – escola de psicanálise | Belo Horizonte | Topologia e desejo do analista | Ano 3, n. 3 | 2017

Resumo: A problemática do Nome-do-Pai surge
como ponto crucial no ensino de Lacan, que faz
uma recapitulação necessária em Freud. Sua im-
portância inclusive se dá na trama das questões
em torno do ternário simbólico, real e imaginário.
Lacan percebe que a prática analítica permanecia
na dependência de certo “desejo original”, ambí-
guo na transmissão da psicanálise e relacionado ao
“desejo do Pai”. Mas a que esse desejo se refere?
Qual a estrutura desse desejo e qual sua relação
com o desejo do analista? Na sua construção, ad-
verte à possibilidade de a função paterna funcionar
na sua abrangência para além do simbólico e apon-
tar para o Real. O pai deve ser, portanto, interroga-
do no nível do Real, sendo o operador da castração
e o quarto elemento do nó borromeano.

Palavras-chave: Desejo. Pai real. Objeto a. Nó
borromeano.

Base fundamental da clínica psicanalítica, a demarcação
da função simbólica do pai vai provocar a existência de

1 Psicanalista. Membro da ATO – escola de psicanálise.

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