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Desejo do analista: recurso frente à resistência na transferênciaTopologia e desejo do analista: vicissitudes
Para entender o conceito de transferência em Lacan, é ne-
cessário entender a concepção lacaniana de inconsciente
estruturado como uma linguagem.
O inconsciente lacaniano é o lugar do Outro, lugar onde o
analisando põe o analista como SsS. A partir do campo do
Outro, duas operações ocorrem: a alienação e a separação.
A alienação coincide com a transferência e com o discurso
do mestre, e a separação é efeito do discurso do analista. O
sujeito aparece entre o S1 e o S2. Se ele se acha identificado
ao sentido de S2, ele está alienado; mas se ele se separa des-
sa identificação ao S2 na operação de separação, ele retorna
ao sem sentido do S1, à letra. Essas duas operações incons-
cientes podem ser manejadas pelo analista em tratamento.
A primeira fase é de estabelecer a transferência, a alienação
e reproduzir a realidade inconsciente, mas a segunda fase
do tratamento é a da separação. O processo de separação
faz emergir o sujeito do inconsciente, isso ocorre porque
o analista e o analisando reproduzem diferentes discursos.
O inconsciente funciona no discurso do mestre. O sujeito
do inconsciente (S) é evanescente e aparece nos intervalos
desse discurso. Nele, o significante unário (S1) sem senti-
do habita outro significante S2 – Vorstellungsreprasentanz
–, deixando sempre um resto que é o objeto a. Na transfe-
rência, o analisante reproduz esse discurso, ou seja, o S1,
endereçado a um significante qualquer (Sq) S2. O sujeito
encontra-se afanisado sob a barra do recalque, sustentando
o sintoma que produz mal-estar.
42 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 41-49, 2017
Para entender o conceito de transferência em Lacan, é ne-
cessário entender a concepção lacaniana de inconsciente
estruturado como uma linguagem.
O inconsciente lacaniano é o lugar do Outro, lugar onde o
analisando põe o analista como SsS. A partir do campo do
Outro, duas operações ocorrem: a alienação e a separação.
A alienação coincide com a transferência e com o discurso
do mestre, e a separação é efeito do discurso do analista. O
sujeito aparece entre o S1 e o S2. Se ele se acha identificado
ao sentido de S2, ele está alienado; mas se ele se separa des-
sa identificação ao S2 na operação de separação, ele retorna
ao sem sentido do S1, à letra. Essas duas operações incons-
cientes podem ser manejadas pelo analista em tratamento.
A primeira fase é de estabelecer a transferência, a alienação
e reproduzir a realidade inconsciente, mas a segunda fase
do tratamento é a da separação. O processo de separação
faz emergir o sujeito do inconsciente, isso ocorre porque
o analista e o analisando reproduzem diferentes discursos.
O inconsciente funciona no discurso do mestre. O sujeito
do inconsciente (S) é evanescente e aparece nos intervalos
desse discurso. Nele, o significante unário (S1) sem senti-
do habita outro significante S2 – Vorstellungsreprasentanz
–, deixando sempre um resto que é o objeto a. Na transfe-
rência, o analisante reproduz esse discurso, ou seja, o S1,
endereçado a um significante qualquer (Sq) S2. O sujeito
encontra-se afanisado sob a barra do recalque, sustentando
o sintoma que produz mal-estar.
42 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 41-49, 2017