Page 77 - Revista Ato - O Nó e a Clínica - Ano 3 / nº2
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Marília Pires Botelho e Viviane Gambogi Cardoso
como também prorrogar a descarga motora. Depois de Ex-sistência
várias ações experimentais, que serão aceitas ou expulsas
pela faculdade de julgamento, a vontade fará o sujeito agir 77
com a finalidade de modificar o mundo exterior, tornando-o
eficaz para si. O pensamento, em sua articulação com a
vontade, torna-se ação. A ação Handlung não é um ato. É
uma ação verbalizável uma vez que é função do julgamento
pré-consciente.
O termo Akt, no início da obra de Freud, está
relacionado ao ato sexual. O primeiro ato sexual não é do
sujeito. É antes de tudo o Akt do qual o sujeito é produto a.
Ele engendra o sujeito. É a cena originária, o Akt de seus
pais. Freud fala do ato sexual como ato não concluído.
Em “Para além do princípio do prazer” surge
outra acepção do termo Akt, que seria o ato fundado sobre
a repetição. Ato que se inscreve como significante. Essa
acepção aproxima-se do ato em Lacan.
Em “Totem e tabu”, Freud diz que o homem
primitivo, ao contrário do neurótico, não é inibido, está no
registro do Tat, que é um equivalente do pensamento. O
Tat é o assassinato do pai primevo e que não deveria ser
repetido. No entanto, apesar de não estar fundado sobre a
repetição, funda a própria repetição, tal como o simbólico
funda o real. Este ato cria o objeto. Nas passagens em
que Freud usa esse termo, uma constante sobressai-se: a
violência, alguma coisa que toca o irremediável. O termo Tat
está relacionado ao que Lacan elaborou sobre o suicídio: o
único ato bem sucedido.
Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 75-85, 2016
como também prorrogar a descarga motora. Depois de Ex-sistência
várias ações experimentais, que serão aceitas ou expulsas
pela faculdade de julgamento, a vontade fará o sujeito agir 77
com a finalidade de modificar o mundo exterior, tornando-o
eficaz para si. O pensamento, em sua articulação com a
vontade, torna-se ação. A ação Handlung não é um ato. É
uma ação verbalizável uma vez que é função do julgamento
pré-consciente.
O termo Akt, no início da obra de Freud, está
relacionado ao ato sexual. O primeiro ato sexual não é do
sujeito. É antes de tudo o Akt do qual o sujeito é produto a.
Ele engendra o sujeito. É a cena originária, o Akt de seus
pais. Freud fala do ato sexual como ato não concluído.
Em “Para além do princípio do prazer” surge
outra acepção do termo Akt, que seria o ato fundado sobre
a repetição. Ato que se inscreve como significante. Essa
acepção aproxima-se do ato em Lacan.
Em “Totem e tabu”, Freud diz que o homem
primitivo, ao contrário do neurótico, não é inibido, está no
registro do Tat, que é um equivalente do pensamento. O
Tat é o assassinato do pai primevo e que não deveria ser
repetido. No entanto, apesar de não estar fundado sobre a
repetição, funda a própria repetição, tal como o simbólico
funda o real. Este ato cria o objeto. Nas passagens em
que Freud usa esse termo, uma constante sobressai-se: a
violência, alguma coisa que toca o irremediável. O termo Tat
está relacionado ao que Lacan elaborou sobre o suicídio: o
único ato bem sucedido.
Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 75-85, 2016