Page 34 - Revista Ato - O Nó e a Clínica - Ano 3 / nº2
P. 34
Sobre a consistência.Que história é essa de consistência?

sustentado pelo eu e não pelo próprio desejo. Aqui estamos
falando da identificação Imaginária do Outro Real.

Lacan diz ao se referir a Freud:

Não é estranho que, de identificação, ele só nos enuncie
três e que nessas três haja todo o necessário para que se
leia o meu nó borromeano? Pois ele chega, inclusive, a
designar propriamente a consistência como tal, enquanto
que nesse nó ela está em todos os lugares. Fazendo
buraco ou não, a consistência é a base, a saber, o triskel,
isto, por exemplo, já que só aí tenho o exemplo, e o triskel
não é um nó. Ele só se inscreve com a consistência, Freud
chamou a isso o traço unário. Não se podia dizer melhor
o que compõe o nó, não sem ter na cabeça não haver
amor senão aquele que, do Nome do pai, faz anel entre
os três, faz anel dos três do triskel. (LACAN, 1974/1975,
p. 65).

No triskel, coração ou centro do nó, está a
possibilidade da identificação, pela via do amor no Nome
do Pai, pela via do desejo do Outro na histeria e pela via do
traço unário.

Résumé: Le texte aborde la consistance du nœud
borroméen et indique l’inhibition, le symptôme et
l’angoisse en tant que nominations qui produisent
les nouages et qui soutiennent le sujet. Il apporte le
plus fondamental de la consistance, puisque sans
au moins une consistance de corde il n’y aura pas de
nœud, il n’y aura rien à travailler dans une analyse.
Cet écrit indique que quel que soit le caractère de
la topologie borroméenne dans sa consistance, il y

34 Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 27-36, 2016
   29   30   31   32   33   34   35   36   37   38   39