Page 65 - revista_ato_topologia_e_desejo_do_analista_ano3_n3
P. 65
Marisa G. Cunha Martins
Mas isso não acontece à mulher, porque quem causa seu Desejo do analista e função paterna
desejo são os filhos, “são outros objetos pequeno a que são
as crianças” (LACAN, 1974-1975, p. 23) e não o homem.
Quando a mãe se encontra numa posição fálica, isso não
acontece. O filho poderá encarnar o falo para essa mãe, di-
ferentemente do que se passa quando essa mãe está situa-
da numa posição feminina – o filho pode causar o desejo
dessa mãe. Vê-se, aqui também, a não equivalência entre os
sexos – não há reciprocidade –, a mulher é causa de desejo
para um homem, mas um homem não é causa de desejo
para uma mulher.
Em “O Seminário 22: RSI”, na aula de 11 de março de 1975,
Lacan formaliza os Nomes-do-Pai como sendo o simbólico,
o imaginário e o real. Em seguida, ele nomeia cada registro:
nominação imaginária, nominação simbólica e nominação
real. Essas nominações têm função de enodamento, fazem
laço. E, na última aula, faz uso dos três termos freudianos
– inibição, sintoma e angústia – para mostrar como se enla-
çam os três registros entre si. Lacan situa a nominação do
imaginário como inibição, a nominação do simbólico como
sintoma e a nominação do real como angústia. Ele pergun-
ta: “Será o pai aquele que deu o nome às coisas? Ou deve
esse pai ser interrogado enquanto pai, no nível do real?”
(LACAN, 1974-1975, p. 70).
Lacan faz uma articulação das nominações às três identifi-
cações freudianas mais importantes. No início desse semi-
nário, ele faz referência ao Mito freudiano, em que se opera
a identificação primária, a identificação com o pai Real. Um
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 59-68, 2017 63
Mas isso não acontece à mulher, porque quem causa seu Desejo do analista e função paterna
desejo são os filhos, “são outros objetos pequeno a que são
as crianças” (LACAN, 1974-1975, p. 23) e não o homem.
Quando a mãe se encontra numa posição fálica, isso não
acontece. O filho poderá encarnar o falo para essa mãe, di-
ferentemente do que se passa quando essa mãe está situa-
da numa posição feminina – o filho pode causar o desejo
dessa mãe. Vê-se, aqui também, a não equivalência entre os
sexos – não há reciprocidade –, a mulher é causa de desejo
para um homem, mas um homem não é causa de desejo
para uma mulher.
Em “O Seminário 22: RSI”, na aula de 11 de março de 1975,
Lacan formaliza os Nomes-do-Pai como sendo o simbólico,
o imaginário e o real. Em seguida, ele nomeia cada registro:
nominação imaginária, nominação simbólica e nominação
real. Essas nominações têm função de enodamento, fazem
laço. E, na última aula, faz uso dos três termos freudianos
– inibição, sintoma e angústia – para mostrar como se enla-
çam os três registros entre si. Lacan situa a nominação do
imaginário como inibição, a nominação do simbólico como
sintoma e a nominação do real como angústia. Ele pergun-
ta: “Será o pai aquele que deu o nome às coisas? Ou deve
esse pai ser interrogado enquanto pai, no nível do real?”
(LACAN, 1974-1975, p. 70).
Lacan faz uma articulação das nominações às três identifi-
cações freudianas mais importantes. No início desse semi-
nário, ele faz referência ao Mito freudiano, em que se opera
a identificação primária, a identificação com o pai Real. Um
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 59-68, 2017 63