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Vicissitudes do desejo do Revista da ATO – escola de psicanálise | Belo Horizonte | Topologia e desejo do analista | Ano 3, n. 3 | 2017
analista

Bárbara Guatimosim1

Resumo: O termo “desejo do psicanalista” confi-
gurou-se juntamente com a trajetória das análises,
desde seus começos até seus finais. Verificamos
que a lógica e a ética da práxis analítica orientam
a direção desse desejo. Se este visa, do lado anali-
sante, fazer emergir a singularidade do sujeito, sua
“diferença absoluta”, do lado do analista, daquele
que suporta o ato, o desejo se orienta desde o sig-
nificante que lhe supõe a transferência para uma
cadência como resto almejada. Contudo, sabemos
que esse percurso pode sofrer desvios. Sustenta-
mos que, não sendo o analista um dejeto qualquer,
esse lugar anuncia uma especificidade que, por
sua vez, denuncia sintomas.

Palavras-chave: Desejo do psicanalista. Transfe-
rência. Falo. Resto. Objeto a. Ato.

A noção do inconsciente existia antes de Freud, mas tão so-
mente sua existência reconhecida não fez, por si, o método
psicanalítico. Da mesma forma, não é surpreendente que a
figura do psicanalista tenha precedido a concepção de seu

1 Psicanalista. Membro do Fórum do Campo Lacaniano. 19
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