Page 64 - Revista Ato - O Nó e a Clínica - Ano 3 / nº2
P. 64
Sobre a consistência.Inibição, sintoma e angústia: enodamento borromeano

No caso de nossa menina, a paralização da função
de caminhar seria uma atuação? De formas diferentes, o
corpo está em jogo tanto no acting out como na passagem
ao ato. No acting out, o corpo entra na cena que é dirigida
ao Outro. A passagem ao ato implica a queda da cena. No
momento em que a mãe toma conhecimento das mensagens
da menina com os colegas, a imagem que a representava
para os pais é desmontada e ela cai de cena.

Questões que nos remetem à posição do sujeito
frente ao Real enodando inibição, sintoma e angústia. A essa
menina foi ofertada uma escuta diferenciada, que permitiu
que o discurso fosse colocado em ação no campo do
simbólico, bordejando o gozo fálico, reduzindo a abertura
da angústia no imaginário/corpo. Esse trabalho permitiu
traçar com a linha do inconsciente uma possibilidade de
escrita do sintoma e através da escuta das representações
pré-conscientes a falta no Outro pode se inscrever. Surge
o sujeito desejante permitindo que a menina se deparasse
com sua divisão e iniciasse um questionamento sobre sua
posição de sujeito.

Resumen: Este texto tiene como objetivo plantear
cuestiones que se refieran a la posición del sujeto
delante a una experiencia de real entrelazando
ihnibición, síntoma e ansiedad.

Palavras clave: Real; simbólico; imaginario;
ihnibición; síntoma; ansiedad.

64 Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 59-65, 2016
   59   60   61   62   63   64   65   66   67   68   69