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O sentido do sintoma Revista da ATO - escola de psicanálise | Belo Horizonte | Topologia e desejo do analista | Ano 3, n. 3 | 2017

Marilia Pires Botelho1

Resumo: A autora recorre aos textos de Freud e
Lacan para abordar a questão levantada em cartel:
O analista visa o sentido do sintoma?

Palavras-chave: Inconsciente. Sintoma. Sentido.
Falasser. Corpo. Gozo.

Na “Conferência XVII: o sentido dos sintomas”, Freud
(1916-1917) faz referência à psiquiatria clínica que atenta
pouco para a forma externa do conteúdo dos sintomas in-
dividualmente considerados, afirmando que a psicanálise,
entretanto, estabelece, em primeiro lugar, que os sintomas
têm um sentido e se relacionam com as experiências do
paciente.

Nessa conferência, Freud relata os atos obsessivos de duas
mulheres. Afirma ter se deparado com a repetição, a con-
tinuação e a tentativa de correção de uma cena vivida ante-
riormente. O ato obsessivo, em ambos os casos, o conduziu
à intimidade da vida sexual de suas pacientes e o levou a
constatar que o sentido de um sintoma possui determinada
conexão com a experiência do paciente. Ele nos alerta ain-
da que, quanto mais individual for a forma dos sintomas,

1 Psicanalista. Membro da ATO – escola de psicanálise.

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