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As formações do inconsciente e o desejo do analistaTopologia e desejo do analista: vicissitudes
lico. O que traduz a inscrição do falo no lugar do Outro
é, precisamente, que há desejo no Outro, e é em torno do
desejo do Outro que aparece a novidade desse seminário,
há uma inscrição do “desejo no Outro”.
Uma parte da reflexão lógica e clínica de Lacan gira em tor-
no do paradoxo de ter que admitir a presença do desejo no
Outro. O sujeito está barrado, mas o Outro, também. É no
lugar do Outro barrado que o sujeito deve ter acesso a algo
de seu próprio desejo. Essa elaboração faz com que Lacan
inclua o desejo no nível do Outro, e é essa consideração
que o leva a situar o lugar S(A) no grafo do desejo. Está no
nível da mensagem final, é no nível de A que o sujeito pode
encontrar a resposta a sua pergunta sobre o desejo.
Essa mudança, do lugar do Outro como desejante, tem
uma implicação clínica e é o que vai possibilitar a inclusão
do desejo do analista na operação analítica. É preciso fazer
uma articulação com outros conceitos e outros textos de
Lacan, como, por exemplo, com “O Seminário 10: a angús-
tia”, no qual Lacan desenvolve a noção do objeto a como
causa de desejo.
No estudo sobre a angústia, vê-se que ela está diretamente
ligada ao desejo; é um afeto que surge, frente a certos con-
frontos do sujeito com o desejo do Outro, com o lugar da
falta. A função reveladora da angústia está relacionada com
a falta central do sujeito, que se articula quando este, no
caminho de seu desejo, depara-se com o desejo do Outro.
36 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 33-40, 2017
lico. O que traduz a inscrição do falo no lugar do Outro
é, precisamente, que há desejo no Outro, e é em torno do
desejo do Outro que aparece a novidade desse seminário,
há uma inscrição do “desejo no Outro”.
Uma parte da reflexão lógica e clínica de Lacan gira em tor-
no do paradoxo de ter que admitir a presença do desejo no
Outro. O sujeito está barrado, mas o Outro, também. É no
lugar do Outro barrado que o sujeito deve ter acesso a algo
de seu próprio desejo. Essa elaboração faz com que Lacan
inclua o desejo no nível do Outro, e é essa consideração
que o leva a situar o lugar S(A) no grafo do desejo. Está no
nível da mensagem final, é no nível de A que o sujeito pode
encontrar a resposta a sua pergunta sobre o desejo.
Essa mudança, do lugar do Outro como desejante, tem
uma implicação clínica e é o que vai possibilitar a inclusão
do desejo do analista na operação analítica. É preciso fazer
uma articulação com outros conceitos e outros textos de
Lacan, como, por exemplo, com “O Seminário 10: a angús-
tia”, no qual Lacan desenvolve a noção do objeto a como
causa de desejo.
No estudo sobre a angústia, vê-se que ela está diretamente
ligada ao desejo; é um afeto que surge, frente a certos con-
frontos do sujeito com o desejo do Outro, com o lugar da
falta. A função reveladora da angústia está relacionada com
a falta central do sujeito, que se articula quando este, no
caminho de seu desejo, depara-se com o desejo do Outro.
36 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 33-40, 2017